Fiquei doente e agora? Saiba quanto o INSS paga de auxílio para cooperados e PJs que contribuem como contribuinte individual
Se você deixou de trabalhar com carteira assinada e passou a atuar como cooperado ou pessoa jurídica (PJ), precisa redobrar a atenção sobre sua proteção previdenciária. Isso porque, diferentemente do trabalhador CLT, você agora é responsável direto pelo pagamento ao INSS — e o valor da sua contribuição impacta diretamente o quanto vai receber se precisar se afastar por motivo de doença ou acidente. Neste artigo, vamos explicar como funciona o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) para o contribuinte individual, com um exemplo prático baseado em uma situação comum.
D.U.M
5/5/20253 min ler
O que é o auxílio por incapacidade temporária?
É um benefício pago pelo INSS ao segurado que, por motivo de doença ou acidente, fica temporariamente incapaz de trabalhar. A incapacidade precisa ser comprovada por perícia médica do próprio INSS.
📌 Exemplo prático – Cooperado que contribuía como CLT e passou ao modelo cooperativado
Carlos é um profissional da área de tecnologia:
Trabalhou como empregado CLT até fevereiro de 2024, com salário mensal de R$ 6.000,00.
Em março de 2024, aderiu a uma cooperativa de trabalho.
Desde então, recebe R$ 9.518,00 por mês, sendo:
R$ 1.518,00 como pró-labore (base para contribuição ao INSS);
R$ 8.000,00 como antecipação de sobras (não entra no cálculo da contribuição).
Está contribuindo há 13 meses com 20% sobre o pró-labore (R$ 1.518,00), ou seja, R$ 303,60/mês.
Agora, em abril de 2025, ficou doente e precisa se afastar do trabalho. Vai requerer o auxílio por incapacidade temporária.
📊 Cálculo do benefício
✅ Etapa 1 – Média de todos os salários desde julho de 1994:
Carlos contribuiu por anos como empregado com salário de R$ 6.000,00, mas nos últimos 13 meses passou a contribuir apenas com o piso (R$ 1.518,00).
Vamos estimar que, com base nas contribuições desde julho de 1994 até hoje, a média histórica dos salários de contribuição de Carlos seja R$ 4.200,00 (valor hipotético, compatível com longos períodos de salário CLT e mais recente contribuição mínima).
✅ Etapa 2 – Aplicar os 91% sobre a média:
91% × R$ 4.200,00 = R$ 3.822,00
✅ Etapa 3 – Limitação à média dos últimos 12 salários de contribuição:
Carlos tem contribuído com o piso (R$ 1.518,00) nos últimos 13 meses.
Média dos últimos 12 salários: R$ 1.518,00
Como o valor de R$ 3.822,00 ultrapassa essa média recente, o benefício será limitado a R$ 1.518,00.
📉Resultado final:
Carlos receberá apenas R$ 1.518,00 por mês de auxílio do INSS, mesmo tendo uma retirada real de R$ 9.518,00/mês.
❗ Por que isso acontece?
O INSS não considera a sua renda total ou a retirada de lucros, apenas o valor sobre o qual você efetivamente contribuiu nos últimos 12 meses. Como Carlos reduziu sua base de contribuição ao piso, perdeu proteção proporcional à sua renda real.
📌 E se o Carlos tivesse feito uma escolha diferente?
No exemplo anterior, vimos que o Carlos, mesmo ganhando R$ 9.518,00 por mês como cooperado, contribuía com o INSS apenas sobre o pró-labore mínimo de R$ 1.518,00, o que limitou seu benefício a esse valor quando precisou se afastar por motivo de saúde.
Mas vamos imaginar que o Carlos tivesse feito um planejamento previdenciário adequado e definido um pró-labore mais compatível com sua realidade.
💡 Novo cenário: contribuição sobre pró-labore de R$ 5.000,00
Carlos continua recebendo R$ 9.518,00/mês, mas agora:
Define um pró-labore de R$ 5.000,00;
Os R$ 4.518,00 restantes seguem como antecipação de sobras;
Ele contribui com 20% sobre o pró-labore, ou seja, R$ 1.000,00 por mês ao INSS;
Já se passaram 13 meses contribuindo com esse novo valor.
📊 Cálculo do benefício em caso de afastamento:
Média histórica dos salários desde 1994: R$ 4.500,00
91% da média: R$ 4.095,00
Média dos últimos 12 salários de contribuição: R$ 5.000,00
Como R$ 4.095,00 está abaixo da média dos últimos 12 salários, esse será o valor do benefício.
✅ Resultado final:
📈 Carlos receberia R$ 4.095,00 por mês do INSS durante o afastamento — um valor quase 3 vezes maior do que receberia contribuindo sobre o piso.
🔎 Por que isso faz diferença?
Com um simples ajuste no valor do pró-labore e da contribuição, Carlos garantiu um benefício compatível com seu padrão de vida, evitando depender de reservas ou contrair dívidas durante o período de afastamento.
📌 A importância do planejamento previdenciário
Muitos profissionais que atuam como cooperados ou PJs acreditam que estão protegidos pelo simples fato de contribuírem para o INSS — mas, como vimos, contribuir no valor errado pode ser tão prejudicial quanto não contribuir.
Com a ajuda da PlanoPrevi.com, é possível:
✔️ Analisar sua renda real e perfil profissional;
✔️ Simular os cenários de aposentadoria e afastamento;
✔️ Escolher a melhor estratégia de contribuição;
✔️ Evitar surpresas desagradáveis no futuro.